O Calmante

Jandira a insana, é uma moça que requer atenção especial, Ela é viciada em pau e Xanax e vive em um mundo curioso. Sua condição, vai além de qualquer tentativa de resgate. Ela pira, ela baba e ela morde se perder a única coisa que conquistou durante toda a sua vida: um pau cativo. Em momentos de crise, somente o pau de João Carlos, o maníaco do segundo andar, pode lhe trazer paz.

Se conheceram no chat, precisamente na sala aberta por um assinante, chamada: “um pau para chamar de seu”. Se encontram, e desde então estão juntos. JC diz que a esposa adora fazer “travessuras”, mas ele está sempre alerta para sacar o “calmante”.

Ao contrário do que se possa pensar, Jandira é uma pessoal sociável, seu estilo de vida suicida e imoral aliado ao vicio de medicamentos, Alzheimer e anorexia, a faz ter altos e baixos como “qualquer um de nós”.  Ela só não gosta de “perder o chão” ou da senhora que lhe escolhe as camisas, reclama que depois de vestir a roupa especial, não consegue mexer os braços. Mas, até para horas como essa, o pau de JC está sempre pronto à ajudar.

Conta o marido que, em um momento de crise, Jandira retirou as roupas, e desatou a correr violentamente contra as paredes chutando gatos, cuspindo ao alto e xingando a vizinhança. Perturbado ele desabafa que no auge da crise, sua mulher pegou uma figa talhada em madeira e um cinto e, se colocou de joelhos diante dele. Em convulsões frenéticas ela se surrava de cinto, se auto-estrangulava e enfiava a figa na boceta berrando “fuck me, fuck me real hard Daddy” isso tudo em meio aos choros copiosos e gargalhadas homéricas. “Nem David Lynch chegaria tão longe”, suspirou o marido.

JC não pensou duas vezes, Jandira precisava ser exorcizada, abriu o zíper e exibiu seu caralho na tentativa de acalmar a insana. Ela avistou o mastro lustroso de seu amado, o agarrou em transe e, como de costume o beijou, passeou pelo rosto, lambeu e chupou faminta, JC apreciava a felação quando um grito de dor ecoou em seu apartamento. Notou que, embora confuso e sob dores alucinantes, o seu pau repousava solitário e moribundo no chão. Olhou para Jandira, estava catatônicamente serena. Trêmulo e ofegante, estava prestes à sofrer um colapso; Procurou ver tudo claramente, e avistou seu pau, notou sua beleza, sua simplicidade, sua majestade e, de repente, se acalmou.

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